quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Preview GP do Japão (2)

Suzuka voltou a F1 em 2009.
Continuando o assunto GP do Japão que acontece no fim de semana que vem, coloco aqui alguns momentos marcantes da Formula 1 na pista de Suzuka, que é rica em história no automobilismo e tem como parte integrante uma grande parcela da história da Formula 1.

Mansell após seu acidente em 87
Começamos em 1987 quando o GP do Japão voltou a integrar o calendário da F1, e com ele, a pista de Suzuka. Já em seu primeiro ano, o campeonato mundial chegou para se decidir na pista japonesa, e foi uma decisão estranha, já que o desfecho aconteceu logo no sábado, quando Mansell escapou em sua volta rápida já no inicio da pista, na primeira sequência de "esses", com o acidente, Mansell ficou impossibilitado de participar da corrida e Nelson Piquet ganhou o título, o terceiro, sem maiores esforços.

Nos anos de 1988, 1989 e 1990, Suzuka foi palco de um dos mais belos duelos da Formula 1, Ayrton Senna e Alain Prost, disputaram 3 títulos consecutivos na pista japonesa, com o brasileiro levando vantagem em 2 oportunidades. Em 88, Senna em uma corrida histórica, quando partiu de 14º lugar para vencer a corrida, faturou sem primeiro titulo na Formula 1. Em 1989 o título em Suzuka só poderia ir para as mãos de Prost, Senna apenas poderia adiar a decisão para o GP seguinte, na Austrália e para isso precisava vencer. Em uma batalha épica, Senna e Prost duelaram a corrida toda por décimos de segundo, até que surgiu um chicane no caminho, único ponto, onde dois carros iguais poderiam trocar de posições, só que Prost não aceitou a ideia e Senna acabou sendo atingido pelo francês. Mesmo com Senna vencendo a corrida na sequência, sua desclassificação por ser auxiliado no retorno a pista fez com que Prost se torna-se bicampeão mundial. Em 90 a vendetta de Senna foi aplicada logo na largada, em situação contrária à 89, quem precisava vencer era Prost e Senna deu exatamente o que recebeu no ano anterior, pegou o Prost no meio no final da reta de Suzuka e não teve o menor pudor em admitir isso logo depois na sala de imprensa, era seu bicampeonato.

1988, 1989 e 1990, sempre Senna e Prost como protagonistas do espetaculo.
Chegada em 1991
Em 1991 a F1 vivia novos tempos, tempos em que Prost não tinha um carro para disputar o campeonato. E na corrida pelo título a figura de Mansell voltava a disputa. Em Suzuka apenas Senna poderia ser campeão, com a condição de que Mansell não vencesse a corrida. Dentro deste cenário Senna combinou com Gehard Berger, seu novo companheiro, para que esta partindo da pole, disparasse na frente, e a Senna caberia a missão de segurar Mansell, nada muito difícil, com menos de 15 voltas, Mansell se perdeu no vácuo de Senna no final da reta principal e viu mais uma vez a chance do título escapar em uma nuvem de poeira, mas o GP do Japão de 91 ainda teria mais histórias pra contar, Senna partiu a caça de Berger, ultrapassou e liderou até a última curva, quando cedeu a vitória a Berger. Senna queria repartir com Berger as glórias do título, mas poderia ter sido mais generoso em sua atitude, e como é pouco divulgado, Berger não ficou feliz com a atitude de Senna, muito pelo contrário, mas isso não abalou a amizade dos dois.

Passado o período em que os títulos eram decididos no Japão, a F1 viu grandes espetaculos em Suzuka, em 1993 a espetacular vitória de Senna com um Mclaren que não chegava a ser uma Williams-Renault de Alain Prost, mas que em condições adversar sempre se sobressaia nas mãos de Senna. Em 1994, talvez a maior corrida da carreira de Damon Hill e uma vitória mágica para o piloto inglês.
Hill no diluvio de Suzuka em 94.

Em 1996 a Formula 1, chegou com o título em disputa no GP do Japão, os protagonistas da vez eram Damon Hill e o estreante Jacques Villeneuve. A decisão ocorreu quando um pneu mal fixado no carro de Jacques se soltou a fim da primeira curva e Villeneuve abandonou a corrida. Hill conquistou seu perseguido título de campeão do mundo vencendo o GP do Japão.

O GP do Japão em Suzuka voltou a tradição de decidir títulos a partir de 1998, Mika Hakkinen venceu seu bicampeonato na pista japonesa em 98 contra Michael Schumacher e em 1999 contra Eddie Irvine, em duas corridas de gala do finlandês da Mclaren.

Hakkinen, campeão em 1998
No ano 2000, Suzuka viu um importante capitulo da história do automobilismo, o fim do jejum ferrarista de 21 anos foi quebrado com a vitória de Michael Schumacher no GP do Japão, o alemão conquistava assim seu tricampeonato e a Ferrari, chegava ao título mundial de pilotos, feito não alcançado desde 1979 com Jody Scheckter.

Fim do jejum ferrarista, após 21 longos anos, a Ferrari fez um piloto campeão em Suzuka.
Em 2003, novamente Suzuka decidiu um título desda vez entre Michael Schumacher e Kimi Raikkonen, apesar dos 9 pontos que separavam Michael, o líder e Kimi, a corrida foi muito emocionante e em determinado momento KimiRaikkonen tinha a combinação necessária para se tornar campeão, porém um personagem muito conhecido de nós entrou em cena, Rubens Barrichello Venceu o Grande Premio e acabou com as chancer do finlandês. Schumacher ainda chegou em oitavo e não ficou devendo favores ao companheiro.
Barrichello e Schumacher, amigos em 2003.

O ano de 2005 viu uma das melhores corridas em Suzuka, com o campeonato já decidido a favor de Fernando Alonso, Kimi Raikkonen que largará na 17º posição, venceu a corrida ultrapassando Giancarlo Fisichella na última volta da corrida.

Raikkone ultrapassa Fisichella na última volta do GP de 2005
Schumacher com problemas no motor em 2006.
Em 2006 a disputa do título voltava a ser realizada no circuito de Suzuka, Michael Schumacher poderia atingir o 8º titulo mundial se vencesse a corrida e Fernando Alonso não marcasse pontos, qualquer outro resultado levaria a decisão do título para o GP seguinte, no Brasil. A corrida foi amplamente dominada pela Ferrari, Massa que liderou a primeira volta, logo deu passagem a Schumacher, que liderou a corrida toda até que no terço final sofreu um problema de motor que não só impediu que Schumacher vencesse a corrida, como deu a Alonso que venceria a prova, após ultrapassar Massa, uma vantagem de 9 pontos para a última corrida. Foi um dos últimos grandes capitulos escritos na pista de Suzuka.

Em 2007 e 2008 o GP do Japão voltou a ser realizado em Fuji, e só em 2009, após uma grande reforma, Suzuka voltou a receber a Formula 1. E viu um domínio avassalador da RedBull, com pole, volta mais rápida e vitória, Sebastian Vettel venceu a etapa japonesa com o pé nas costas, prenuncio de um novo domínio? a ver daqui a 10 dias.



Memórias de Quinta

Se você perguntar a um piloto de Formula 1 todos dirão, falta de motivação não é muito comum para definir o estado de espírito de uma profissão em que se pratica vestido de astronauta, envolto por dezenas de litros de gasolina, sentindo na nuca a vibração de um motor de 800 cavalos e freando a 250 por hora para, se Deus quiser, contornar a próxima curva com a faca nos dentes.

Pilotos desmotivados existem, mas continuam correndo muito.

Era o caso de Ayrton Senna naquele GP dos Estados Unidos em 1990, após a empreitada para conseguir o titulo mundial de 89, perdido para os cartolas, Senna conseguiu apenas que sua superlicença fosse caçada, e que fosse obrigado a fazer um pedido de desculpas formal e público para Jean Marie Balestre, se redimindo das acusações feitas à FISA de que a entidade tinha manipulado o campeonato anterior, só assim conseguiu recuperar a superlicença.

Balestre no grid do GP dos Estados Unidos de 1990
Já nos treinos Senna estava diferente, sonolento ao iniciar um novo campeonato que poderia lhe dar o bicampeonato, tanto que na sexta-feira viu seu novo companheiro Gehard Berger fazer o melhor tempo e ele ficando apenas em quinto lugar. No sábado, uma chuva na hora do treino impediram qualquer piloto de melhorar o que haviam conseguido.

Piquet na chuva do sábado
Domingo logo após o warm-up, Senna demonstrou uma preocupação pouco comum, "O carro foi muito bem no warm-up, mas eu é que não estou bem. Normalmente, em dias de corrida, tenho que me esforçar para me manter calmo, e hoje ocorreu o contrário. Estava calmo demais para o meu normal e tive até que me beliscar para acordar e entrar no clima da corrida".
Senna também no Grid

Na largada, Senna vai de quinto para quarto, Berger perde a ponta da corrida para o novato Jean Alesi. Alesi já vinha demonstrando potencial ao fim de 89, e essa prova era a sua chance de mostrar seu real valor.

A prova se desenrola e Senna coloca uma pressão fulminate em Berger na briga pela segunda posição, definida pelo próprio Berger em seu livro "nem mesmo Ayrton poderia suportar aquele ritmo por muito tempo. Era o seu instinto meio matador, meio suicida. Pela primeira vez, eu me senti pessoalmente derrotado. Senna passava a ter, pra mim, o valor que já tinha no mundo do esporte. E isso tornou as coisas mais difíceis para mim”. Após algumas voltas sob pressão de Senna, Berger escapou e bateu sozinho no muro de Phoenix.
Largada GP dos Estados Unidos
 Era a primeira corrida em que Berger dividia a Mclaren com Senna.

Ayrton se viu acordando para a Formula 1, já no meio da corrida, seguindo a Tyrrel de Jean Alesi na briga pela ponta, ainda desmotivado, se é que se pode dizer assim, Senna seguiu o padrão, pegou o vácuo do francês na reta e retardando a freada, passou a frente. Só não contava com a ousadia de Alesi que na curva seguinte, surpreendeu Senna retomando a liderança.

O inesperado drible acordou Senna, que logo depois fez o mesmo procedimento, só que desta vez, sem dar espaço ao francês para o troco, Senna ainda arrumou tempo para um provocador tchauzinho na ultrapassagem.

Sem Alesi pela frente, Senna seguiu tranquilo para sua vigésima primeira vitória na Formula 1, ultrapassando Nelson Piquet e se tornando o brasileiro com mais números de vitórias na Formula 1.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Preview GP do Japão

Bom pessoal, como vocês repararam, não ouve o podcast do GP de Cingapura. Na verdade fiquei meio sem tempo pra gravar, editar e subir o danado. E provavelmente não terei tempo para gravar os seguintes, então decreto desde já o fim do podcast pós GP, pelo menos por enquanto.

Mas não é o fim do mundo, com o tempo que tenho para gravar e editar algum programa, farei algo diferente, como o especial No ínicio do Ayrton Senna, que vai entra no blog na próxima segunda.

Feito as considerações inicias, vamos ao assunto do post, o preview do GP do Japão, que acontece no final de semana que vem, e que você já pode ir entrando no clima, relembrando um pouco do desafiador traçado de Suzuka a bordo do Mclaren de Ayrton Senna, no ano de 1993.



Sensacional não? essa foi a primeira volta do GP do Japão daquele ano, prova em que Ayrton venceu sua penúltima corrida na F1. De volta para o futuro, podemos adiantar um domínio da Redbull na prova japonesa, contando com o normal de Vettel e Webber, a Mclaren deve vir forte e tem seu match point em relação ao campeonato, mais um vacilo de Hamilton e um resultado fraco de Button, adeus campeonato.

E a Ferrari, bom a Ferrari melhorou absurdamente nesse terço final de campeonato, Fernando Alonso tem tirado muito mais do que a Ferrari permite e não posso tira-lo do jogo, mas acho que especificamente em Suzuka, os vermelhos vão andar atrás.

Wallpaper Motorhome

Wallpaper de hoje, Ayrton Senna e Gehard Berger em Silverstone 1990.


para baixar em 2800 x 1844 clique aqui

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Memória em Revista

Coluna de Rubens Barrichello, escrita após o GP do Brasil de 1995, primeiro sem Ayrton Senna.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

GP Cingapura

O final de semana começou com o já esperado domínio da Red Bull, Mark Webber liderou o primeiro treino na sexta, mas logo foi dominado por Vettel, o alemão liderou com folgas, sobre outros pilotos menos felizes que não dispunham de um Red Bull, de 1 segundo no segundo treino para Hamilton e 6 décimos no terceiro treino para Alonso este já no sábado à tarde em Cingapura.

Alonso conseguiu mudar seu destino já no sábado, conquistando a pole.
A expectativa para o treino oficial era de que Vettel conseguisse facilmente a pole, mas não foi bem assim. Antes no Q1, a sorte não sorria para Felipe Massa, como vem sendo a regra neste ano, o carro teve um problema de câmbio e Felipe, parado no meio da pista ficou fora do treino logo no inicio. Os outros 5 pilotos que disputam o título passaram sem maiores problemas ao Q2, e a se destacar a performance de Nick Heidfeld, retornando a Formula 1 foi décimo segundo colocado a frente do badalado Kobayashi. Nico Hulkenberg, melhorando a cada dia, passou para o Q2 em quinto lugar, superando Rubens Barrichello que ficou em oitavo, apesar disso, não passou do Q2, e viu um inspirado Barrichello indo para o Q3.

Todos os frequentadores do Q3 passaram sem problemas, apenas Alonso saiu do box na primeira volta, com um acerto de motor errado, mas depois de corrigido o problema Alonso passou para o Q3 em segundo lugar a 2 décimos de Vettel.

Pressão total no Q3, Sebastian Vettel sabia que precisava da pole para conseguir desenhar um cenário favorável ao seu campeonato, afinal era o primeiro passo para os 25 pontos extremamente nescessários no campeonato. Mas a frieza e o talento de Fernando Alonso falaram mais alto, com uma volta perfeita, o espanhol conseguiu a segunda pole no ano, Vettel abusou da pista, tocou o muro algumas vezes e não conseguiu superar Fernando, ficando com a segunda posição, seguido das Mclaren's em seu limite, com Hamilton e Button. Na terceira fila partiriam o líder do mundial Mark Webber e Rubens Barrichello com grandes expectativas.

Agora era esperar a noite cair novamente.

Alonso vai com tudo pra cima de Vettel
Quando as luzes se apagaram, iniciando o terceiro GP de Cingapura da história, Sebastian Vettel foi com tudo para tentar ultrapassar Fernando Alonso, mas Fernando um tanto quanto desonesto jogou o carro em cima de Vettel, durante a corrida Vettel chegou a dizer pelo rádio que o carro estava ótimo, o que deixava a expectativa de um ataque por parte do alemão, não aconteceu, Fernado partiu assim para sua quarta vitória no ano.

Foi assim a corrida toda, Alonso seguido de Vettel.
Fora a briga pela vitória, tivemos ótimos lances, motivados pela presença do safety car logo na terceira volta, muitos carros foram aos boxes para trocar pneus e seguir até o fim, dentre eles o líder do mundial Mark Webber, essa estratégia, somada a várias ultrapassagens que o australiano fez durante a corrida, entre elas, uma sobre Hamilton, que mostrou o quanto Webber quer ser campeão este ano, lhe renderam o podium e mais folga na liderança do mundial.

Hamilton tentando recuperar a posição sobre Webber, o inglês acabou fora da corrida.
Michael Schumacher também participou de alguns lances, bateu com Kobayashi e também com Buemi, neste último, avariando o bico e proporcionando um show de faíscas.Felipe Massa havia parado nos pits antes do safety car, arriscando tudo em uma estratégia maluca, conseguiu o décimo lugar e 1 ponto. Rubens Barrichello que perdeu posições na largada para Kubica e Rosberg, recuperou apenas uma, a de Kubica e terminou a prova em sexto lugar, mais pontos para um campeonato digno do veterano brasileiro, o polonês, apesar de uma parada extra, deu um show na pista, ultrapassou Buemi, Petrov e Massa para somar mais pontos.

Ao final, Vettel aceitou a derrota, disse "torci a corrida toda pra ele bater, mas ele não bateu."
O GP de Cingapura deste ano surpreendeu, foi marcado não somente pelo visual noturno, podemos dizer que vimos uma corrida de verdade, com uma vitória esportiva e sem manipulações, vitória do esporte e da Formula 1!

No ínicio...

Sebastian Vettel ainda era um jovem kartista, mas já tinha seu ídolo.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Sexta-feira em Cingapura (2)

Bom, o segundo treino livre acabou a algum tempo e como disse pela manhã, o primeiro não valeria muito, Vettel e Webber já andaram muito na frente, pra ser exato 1 segundo a frente do terceiro Jenson Button, do quarto Fernando Alonso e do quinto Lewis Hamilton. Caso não façam besteiras amanhã e domingo, levam fácil.

Porém Cingapura é um circuito de rua, onde um safety car e agora com a previsão de chuva, tudo pode mudar, no fim, sobram boas expectativas para a corrida.

Com os brasileiros foi o seguinte, Rubens Barrichello andou muito, mostrou que o novo pacote da Williams é bom, e deve beliscar mais pontos, terminou o dia em sexto lugar, logo a frente de Felipe Massa, que parece ter se perdido novamente, tomando 6 décimos de Alonso, mesmo o espanhol perdendo os 20 minutos finais da segunda sessão. Bruno fez um bom trabalho, penultimo mas 8 décimos a frente do experiente, mas fora de ritmo Cristian Klien, eu esperava o Klien na frente dele, então já é algo bom. E Lucas di Grassi, rifado da primeira sessão, teve um desempenho razoavel, ficou a frente de uma Lotus(esqueça a Hispania nessa comparação) e atrás do companheiro Glock, o problema é que ficou muito atrás de Glock, 1.3s.

Kobayashi voando na chicane
Como não postarei durante o final de semana, deixo meu palpite para a pole e corrida.

Pole: Hamilton
Vitória: Vettel

Até segunda.

O escocês voador

Hoje em nossa sessão "perfil", conheceremos um pouco sobre um mito da Formula 1, Jim Clark tornou-se referência para gerações futuras e com muito talento e dedicação dominou não só a Formula 1, mas todo o automobilismo de sua epoca, boa leitura.

Jim Clark, Piloto escocês, apelidado Flying Scotsman (Escocês Voador), nascido em 4 de março de 1936 na cidade de Kinkcaldy, no Fifeshire.
Venceu 25 GP's na Formula 1 (recorde que só outro escocês - Jackie Stewart - conseguiu ultrapassar, em 1973). Campeão mundial de Formula 1 em 1963 e em 1965 além de vencer as 500 milhas de Indianapolis, em 1965.
Filho de um fazendeiro, Jim Clark começou a correr com um velho Sunbeam, 1956. Nessa epoca, vários pilotos ingleses, como Stirling Moss, Mike Hawthorn e Peter Collins destacavam-se nas pistas. Os Carros italianos, Maserati e Ferrari venciam a maioria das competições. Em pouco tempo, Jim trocou o Sunbeam por um DKW e depois um Porsche 1600, ambos preparados por seu amigo Ian Scott Watson, diretor técnico da escuderai Border Reivers. 

Jim Clark em 1958 com um Jaguar D Type
Em 1958, por influência de Watson, Jack McBain, proprietário da Border Reivers, confiou a Clark um Jaguar tipo D, seu primeiro carro de corridas autêntico. Com ele, Clark correu em Chaterhall contra Ron Flockhart, com carro igual ao seu, e Innes Ireland, com Lister-Jaguar, ambos da então famosa escuderia escocesa. Após essa prova, Collin Chapman, que começava a se firmar como projetista e construtor, fez Clark testar um Lotus F2, com motor Coventry-Climax de quatro cilindros e 1.500cc, assemelhavam-se às atuais Lotus F1. No treino, Clark ficou a apenas 2,6 segundos de Graham Hill. No mesmo dia, fez os melhores tempos de todo o treino com uma Lotus Formula Júnior. Porém, um acidente do qual Hill saiu ileso, com máquina idêntica à que Clark testara, retardou seu inicio na Formula 1 em 14 meses.

Nessa época, Clark não se imaginava como piloto de grande prêmio. Limitou-se a correr em provas do calendário britânico com dois carros esporte, um Lister Jaguar e uma Lotus Elite. Na primeira corrida com a Lotus Elite, em Brands Hatch, chegou em primeiro, seguido por Chapman, com carro idêntico. Das 106 corridas dessa categoria que disputou, venceu 49.(Em 1959, disputou 53 provas e venceu 23.)

No fim de 1959, conhecia muito bem o traçado de todos os circuitos ingleses. Numa corrida pelo Tourist Trophy, em Goodwood, percebeu que poderia correr melhor que seu ídolo, Masten Gregorv, piloto número 2 da equipe oficial Cooper de F1, que admirava pelo modo de entrar e sair das curvas. (Clark ultrapassou Gregorv numa volta e manteve depois grande distância do piloto americano.)

Recebeu varias propostas nesse inverno, mas só se interessou pela de Reginald Parnell, chefe da Aston Martin, que o convidou para um teste em Goodwood. Ele deveria demonstrar a Reg e aos pilotos oficiais da Aston Martin. John Hartley e Roy Salvadori, que sabia andar rápido sem forçar a máquina. Com um AM esporte de 4.200cc no primeiro dia e outro AM de 3000cc(um F1 de 6 cilindros) no segundo dia, Clark fez excelentes tempos e demonstrou muita calma. Apesar do entusiasmo de seus examinadores, Clark não obteria o contrato, pois a Aston Martin desistiria de competir na Formula 1.

Em Le Mans 1959 com um Aston Martin

Em 1960, Colin Chapman proejtou e construiu o primeiro carro com motor entre-eixos, o Lotus 18, e convidou Clark para pilotá-lo. Jim passou então a defender o Team Lotus em corridas de Formula Júnior e Formula 1. Sua estréia da Formula 1 aconteceu no dia 5 de junho de 1960 na pista de Zandvoort na Holanda. Retirou-se da prova por quebra do câmbio, quando ocupava a quarta colocação. No dia 19 de junho, em Spa-Francorchamps, no GP da Bélgica(que venceria em 1962-63-64-65), chegou em quinto lugar marcando pontos para o mundial pela primeira vez.

Clark em Portugal 1960
Em 25 de junho, em dupla com Roy Salvadori, obteve o terceiro lugar nas 24 horas de Le Mans, com um Aston Martin DBRI da escuderia Border Reivers. Em 3 de Julho no circuito de Reims foi disputado o GP da França, neste Clark conseguiu o quinto lugar, na sequencia foi 16º no GP da Inglaterra em Silverstone e 3º no GP de Portugal . A Cilindrada limite para a Formula 1 mudou de 2.500cc para 1.500cc acreditava-se que com essa redução o desempenho dos grande pilotos não fossem tão discrepantes ao restante do grid. Grande engano, com motores menos potentes a habilidade se sobresaiu ainda mais. No ínicio de da temporada no dia 3 de abril, Jim Clark venceu o GP extra campeonato no circuito de Pau. Após assinar contrato com Collin Chapman, travou interessante duelo, ao volante da nova Lotus 21, contra as Ferrari no GP de Mônaco, melhora o recorde de volta em 3 segundos(1.36,6s). Em Zandvoort no GP da Holanda perseguiu a Ferrari de Phill Hill durante quase toda a prova, chegando em terceiro. Em 3 de junho obteve a segunda colocação no Trófeu Silver City, em Brands Hatch, prova não valida pelo campeonato mundial, após acirrada disputa com o vencedor Stirling Moss. Nos GP's seguintes válidos pelo mundial foi 3º no GP da França em Reims e quarto no GP da Alemanha em Nurburgring.

Clark junto ao pelotão no GP da Itália de 1961
Sua campanha regular nessa temporada se interromperia com um trágico acidente em Monza, durante o GP da Itália. O barão Von Trips, com Ferrari, liderava a corrida e o campeonato mundial. Na terceira volta, Clark na segunda posição, preparava-se para entrar na curva parabólica pela esquerda. Von Trips, que vinha pela direita, á sua frente, repentinamente desviou para a esquerda. O nariz da Lotus bateu na traseira da Ferrari e os dois carros derraparam(clique aqui para ver o vídeo). O de Clark desviou-se para a grama, mas o de Von Trips projetou-se contra o alto paredão, matando-o e a 14 torcedores. A imprensa italiana culpou Clark pelo acidente. Com a morte de Von Trips, Phill Hill tornou-se campeão mundial.
Para a temporada de 1962, Chapman(foto a esquerda) preparou a Lotus MK 25, monoposto de tamanho reduzido que o piloto dirigia quase deitado. A perfeita combinação homem-máquina conseguida por Clark com esse carro lhe rendeu o apelido de Jim 25. No dia 20 de maio em Zandvoort no GP da Holanda, a Lotus 25 largou na pole position e Clark liderou boa parte da corrida, mas a embreagem se soltou e os sincronizadores do novo câmbio, o ZF, se superaqueceram. Jim conseguiu apenas o nono lugar, Graham Hill, com BRM, venceu a corrida. No GP de Mônaco Bruce Mclaren venceu com facilidade e Clark retirou-se a oito voltas do fim.

Em Spa-francorchampos, na primeira fase dos treinos para o Gp da Bélgica, o câmbio voltou a quebrar. Com a Lotus 24 de Trevor Taylor, segundo piloto da Lotus, Clark obteve o quinto melhor tempo. Na corrida, com os problemas de câmbio da Lotus 25 resolvidos, Clark conseguiu sua primeira vitória valida para o campeonato mundial. Algumas semanas mais tarde, durante os treinos para o GP da Franç, em Rouen, a direção do carro travou a 190km/h. Mesmo assim, Clark conseguiu evitar uma árvore, ao sair da pista. Durante a corrida, a terrível experiência se repetiria, com a quebra de uma manga de eixo, e mais uma vez ele sairia ileso.

Clark em Spa 1962
Em 21 de julho Clark venceu em Aintree o GP da Inglaterra, assumindo o segundo lugar na classificação do campeonato, com 18 pontos e duas vitórias, contra 19 de Graham Hill. No GP seguinte disputado no circuito de Nurbrugring, sob chuva Clark não teve sorte, Hill em grande forma, tomou a dianteira, seguido de Gurney com Porsche e Surtess com Lola-Climax, Clark, com problemas na boma de gasolina, largou em quarto, perdendo 55 segundos na primeira volta. Diminiui a diferença para 14 segundos, a quatro voltas do final, mas teve de se conformar com a quarta posição ao derrapar na pista molhada. Alguns meses antes, no mesmo circuito, com um Lotus Cortina, de apenas 100cv, dominou nas primeiras voltas as Ferrari 3.000cc e os Porsche 2.000cc, mas não conseguiu terminar a prova. Nessa corrida, também sob chuva, Clark entrava nas curvas sempre em duas rodas, para conseguir maior vantagem sobre os carros mais potentes que seu pequeno charuto.

Em 16 de setembro, em Monza, disputou o GP da Itália, após suportar três horas de interrogatório sobre o acidente fatal do ano anterior(Clark não prestara depoimento na ocasião). Abandonou a corrida, depois que seu câmbio quebrou, permitindo a Hill conquistar masi nove pontos. Para ser campeão, Clark precisaria vencer os dois GP's seguintes, No Estados Unidos e na Africa do Sul, conseguiu parte de seu objetivo, venceu em Watkins Glens mas abandou em East London após liderar toda a corrida e abrir mais de 30 segundos de vantagem sobre Hill, um vazamento de óleo obrigou o piloto a abandonar. Inconformado, Colin Chapman acusou a fornecedora do motor, a Coventry-Climax, de negligência ao apertar uma pequena porca.

Em 1963, Clark voltou a vencer o GP da Bélgica
Em 1963, contudo, nada impediria Clark de afirmar-se como um dos grandes do automobilismo. Superados os problemas da Lotus 25, Jim venceu sete das dez corridas válidas para o Mundial, conquistando ainda um segundo e dois terceiros. Com essas vitórias, bateu o recorde de Alberto Ascari (1953, seis vitórias). Após ganahr dois GP's não válidos pelo mundial em Pau e Ímola, um defeito do câmbio não o deixou terminar o GP de Mônaco, vencido por Graham Hill. Quatro dias depois perdia para Parnelli Jones, apesar de seu ótimo desempenho, as 500 Milhas de Indianápolis, mas ficou satisfeito com o segundo lugar.

No GP da Holanda, onde também terminou vitorioso
Clark obteve sua primeira vitória no Mundial desse ano no GP da Bélgica, em Spa-francorchamps. Mais três vitórias consecutivas se seguiriam, nos GP's da Holanda em Zandvoort, França em Reims, que não favorecia sua máquina (menos potente), conseguiu distanciar-se logo na largada e tirar o máximo proveito das poucas curvas do circuito. Mesmo a apenas 8.000rpm, ao invés das 9.500 previstas, o motor não rendia o suficiente, derrotou Trevor Taylor e Jack Brabham. Em Silverstone, com o tanque ainda praticamente cheio, fez a segunda volta em 1.37,7s, tempo considerado extraordinário.

Vencendo em condições desfavoraveis em Reims na França
Era apenas sua tática, dar o máximo na largada, fazer a segunda volta em tempo recorde ganhando de dois a três segundo sobre seus perseguidores, permitindo aumentar seu rendimento nas voltas seguintes em torno de 1 segundo. "Você deve ter notado", disse certa vez a um jornalista, "que nesse ponto, eu passo a andar um pouco mais lentamente, e espero pela reação dos outros pilotos. Se eles resolvem aumentar o ritmo, então eu também recomeço a dar maior velocidade". E explicava como mantinha essa vantagem: "Surpreendentemente, basta que eu comece a diminuir o meu ritmo para que os outros façam o mesmo. Após algumas voltas eu recomeço a acelerar, mas os outros não, e assim minha vantagem aumenta".

Clark e Chapman no podium de Silverstone
Segundo colocado no GP da Alemanha, voltaria a Monza e mesmo enfrentando muitos problemas durante os treinos e se classificando apenas no pelotão intermediario, Clark fez a diferença logo na largada, saltou para a liderança em menos de 200 metros, mas, ao final da primeira volta deu passagem a Surtess e Graham Hill, ficando ainda Gurney próximo a ele. Usando o vácuo de Surtess, conseguiu fugir da perseguição de Gurney e ultrapassar Hill. Para distanciar-se, Surtess chegou a fazer por dentro a curva grande, para levantar areia e pedra contra Clark, mas sua Ferrari parou na 17ª volta. Não podendo distanciar-se convenientemente, devido à menor potência da Lotus 25, Jim diminui o ritmo, deixando-se alcançar por Hill e Gurney, para poder usar o vácuo de ambos. A fricção do BRM de Hill, gastou-se, e ele abandonou a corrida. Finalmente, a bomba de gasolina do Brabham de Gurney parou, e ele também se retirou, permitindo a vitória de Clark. (A essa altura, com cinco vitórias, Jim praticamente asseguroua conquista do campeonato). Terceiro em Watkins Glens, a 6 de outubro, Clark venceria ainda os GP's do México em Magdalena Mixhuca e da África do Sul em East London.

Clark aguardando a largada para o GP do México de 1964
Ao grande êxito de 1963 com 7 vitórias na Formula 1 e mais 13 em outras competições, seguiu-se uma temporada menos brilhante em 1964. Jim empenhou-se em vencer a primeira prova do mundial em Mônaco onde jamais havia vencido. Novamente liderou a prova com facilidade até a 26ª volta, quando a barra estabilizadora da Lotus quebrou. Perdeu 18 segundos para trocá-la, permitindo a Hill vencer a corrida, Clark ficou em quarto lugar. No GP da Holanda, Clark finalmente venceu a primeira prova valida pelo mundial, seis dias depois sofreu um acidente durante as 500 Milhas de Indianapolis que o obrigou a abandonar a prova daquele ano. Venceria ainda os GP's da Bélgica e da Inglaterra, mas perderia o campeonato para John Surtess, da Ferrari. No fim do ano, recebeu a Ordem do Império Britânico.

Clark disputaria a temporada de 1965 de maneira mais brilhante que a de 1963. Utilizou nas duas primeiras provas do Mundial a nova
Lotus 33B(na segunda, na Bélgica, já com o novo motor Coventry-Climax de 32 válvulas e 210cv). Começou vencendo no GP da África do SUl, em East London, com mais de meio minuto de vantagem sobre a Ferrari de Surtess. Depois de conseguir, entre janeiro e abril, dezenove vitórias em diferentes competições, deixou de participar da segunda prova do mundial, o GP de Mônaco vencido pela terceira vez consecutiva por Graham Hill, que passou à sua frente no campeonato, para correr em Indianapolis.
Clark em sua Lotus vencedora das 500 milhas de Indianapolis de 1965
 Sua Lotus 38, equipada com tanques especiais (o regulamente das 500 milhas, não permitira reabastecimento sob pressão), liderou a prova desde a largada. Parou duas vezes para reabastecimento, perdendo 19 segundos na primeira vez e 25 segundo na segunda, mas, mesmo assim, cruzou a linha de chegada com cerca de duas voltas de vantagem sobre o americano Parnelli Jones. Com a vitória de Clark (que recebeu 155 mil dólares de prêmio) quabraram-se todos os tabus de Indianápolis. Pela primeira vez em muitos anos, um europeu voltava a vencer a 500 milhas (Mário Resta foi o primeiro em 1916) com um carro europeu de motor traseiro (desde 1940 só venciam carros americanos de motor dianteiro). Voltando a Europa, Jim venceria entre junho e agosto, mas cinco GP's consecutivos.
Clark em mais uma vitória no circuito belga, agora em 1965
 Em 13 de Junho, em Spa-francorchamps, disputou o GP da Bélgica, terceira etapa do mundial de Formula 1. A intensa chuva que caiu durante toda a corrida obrigava os pilotos a diminuir a velocidade nas retas. Clark, imbativel em pista molhada, continuava no mesmo ritmo, aumentando a cada volta sua vantagem. Após a corrida, comentou "Venci porque tirei o pé do acelerador menos vezes que os outros". No dia 27 de julho em Clermont-Ferrand, disputou o GP da França com um carro reserva (a Lotus 25), chegando em primeiro lugar com meio minuto de vantagem sobre Jackie Stewart com um BRM.

Graham Hill e Jim Clark na Inglaterra, também em 1965
Em 10 de Julho na pista de Silverstone, para conseguir terminar o GP da Inglaterra, Jim teve de diminuir a aceleração nas curvas, devido a queda de pressão do óleo, após a 60ª volta. Nas últimas voltas, esse recurso não deu mais resultado, Clark passou então a desligar a chave do contato a cada curva, tornando a liga-lá nas retas, para conservar um mínimo de pressão de óleo no motor. Graham Hill tentou alcança-lo de todas as formas, chegando a bater o recorde da pista na última volta, ma Clark conseguiu receber a bandeirada final com 3,2 segundo de vantagem sobre o BRM de Hill. Na sequência venceu pela terceira vez consecutiva o GP da Holanda em Zandvoort com a Lotus 25, abrindo 8 segundos de vantagem sobre o BRM de Stewart.

Jim Clark vencedor ao lado de Jackie Stewart o novo talento.
Jim queria vencer a prova seguinte, o GP da Alemanha de qualquer maneira, pois nunca havia vencido no famoso circuito de Nurburgring, considerado então o circuito mais díficil do mundo. Nos treinos, apesar dos problemas apresentados pela Lotus 33, conseguiu, na última sessão, bater o recorde da pista (8m 22,7s, à média de 163,5 km/h). No dia seguinte liderou a prova do ínicio ao fim, terminando com 16 segundos de vantagem sobre Graham Hill. Com essa vitória (a sexta consecutiva em GP's válidos pelo mundial) conquistou seu segundo título de campeão mundial de Formula 1, além do título da Formula 1 e a vitória nas 500 milhas de Indianapolis, Clark venceu 24 provas de diferentes categorias.

Jack Brabham e Jim Clark na Holanda em 1966
Em 1966 aumentou-se a cilindrada-limite para Formula 1 de 1.500cc para 3.000cc. Prevendo essa alteração, a Lotus encomendara à BRM motores H-16, mas a fábrica demoru para entregá-los. Chapman colocou então um motor de 2,5 litos na Lotus 33. Iniciando a temporada, mais uma vez não contou com a sorte no GP de Mônaco abandonando a prova, oito dias depois conquistava a segunda colocação nas 500 milhas de Indianápolis, com uma Lotus 42. Porém nos GP's seguintes novas frustrações, não conseguiu completar o GP da Bélgica em Spa, e sequer largou para o GP da França. Após esses problemas chegou em quarto lugar no GP da Inglaterra em Brands Hatch. No GP seguinte em Zandvoort na Holanda, Clark chegou a liderar a frente de Jack Brabham que pilotava um Brabham-Repco de 3 litros, mas a quebra de um parafuso e o rompimento de um conduto do radiador obrigaram Clark a ceder passagem e ficar apenas em quarto. Seguindo o campeonato no GP da Alemanha em Nurburgring, novamente Clark não conseguiu terminar a prova. Boas perspectivas para Clark no GP da Itália, prova sequencial do mundial, com o novo Lotus 43 já equipada com o motor H-16, esperava uma boa corrida, porém novamente abandonou. Clark foi o único a vencer com o motor H-16 no GP dos Estados Unidos em Watkins Glens, mas novamente não conseguir largar na prova seguinte no GP do México.

Clark em Mônaco 1966
Para 1967 Chapman preparou a Lotus Mk 49, com motor Ford-Coswhort de 380cv, com a qual Jim venceu os GP's da Holanda, Inglaterra, Estados Unidos e México e chegou em terceiro em Monza na Itália. Dennis Hulme, que com a Brabham-Repco, vencera os GP's de Mônaco e da Alemanha e obtivera boas colocações em quase todas as corridas, tornou-se campeão do mundo, colocando Jack Brabham como vice e Clark em terceiro. Com a vitória no GP do México, último da temporada 1967, Clark igualara o recorde de Juan Manuel Fangio (24 vitórias em GP's válidos pelo mundial). Em 1º de janeiro de 1968, Clark estabeleceu o novo recorde, ao conquistar seu 25º GP em Kyalami na África do Sul.

Clark em 1968 na África do Sul, o maior vencedor da recente história da Formula 1

Como em 1965, a vitória no primeiro GP da temporada prenunciava um novo ano de recordes e grandes desempenhos. Com a nova Lotus 49T, Jim obteve seis vitórias em várias provas. Em 7 de Abril, ao volante de uma Lotus 48B, disputava uma prova de Formula 2, em Hockenheim, na Alemanha. A mais de 200km/h, seu carro derrapou no asfalto molhado, iniciando um violento cavalo-de-pau que o projetou para fora da pista. Depois de arrebentar uma cerca de proteção, a Lotus saltou uma vala e chocou-se contra uma árvore, matando Jim Clark instantaneamente.

Os restos da Lotus F2 que matou Clark


Sexta-feira em Cingapura

O dia(ou a noite) começou movimentada no circuito de Cingapura, primeiro a notícia de que Sakon Yamamoto está fora da prova, segundo a equipe o piloto sofreu de infecção alimentar(isso porque ele é todo oriental acostumado a comer sushi), pois enfim, Sakon está fora, e Klien está dentro. Isso mesmo Cristian Klien, depois de ficar quase 4 anos se participar de um final de semana de corrida, volta a "correr" já que vai ter nas mãos uma Hispania.

Com esse anúncio o primeiro treino livre iniciou-se com três patos fora d'água, Cristian Klien foi 23º lugar quase 3 segundo atrás de Bruno Senna, Fairuz Fauzy que ocupa o lugar de Jarno Trulli na Lotus apenas nos treinos de hoje foi 24º a inacreditáveis 9 segundos de Heikki Kovalainen, por exemplo. Outro estreante é Jerome D'Ambrosio pela Virgin, este não foi de todo mal, 2 décimos atrás de Timo Glock.

Agora, aqui entre nós, se eu tivesse 5 milhões de doletas, andava na frente desse Fauzy ai vai...

Pista molhada em Cingapura
Quanto ao que interessa, os ponteiros, com pista umida Mark Webber foi o mais rápido, mas não significa muito, já que ele foi seguido por Schumacher, Sutil, Vettel, Alguersuari e Button. Alonso foi 11º, Barrichello  o 16º, Massa foi o 19º e Senna o 22º.

Mas tudo isso muda muito no próximo treino as 10:30, ou não, vamos ver como se comporta o céu também, mas tarde volto com a F1 2010.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Não para!

E pra encerrar qualquer rumor sobre uma eventual aposentadoria no fim desta temporada, Michael Schumacher disse na entrevista coletiva hoje em Cingapura "Vocês não podem se livrar de mim, encarem desta maneira. Nosso objetivo é, naturalmente, vencer o campeonato o mais cedo possível. Mas isto é parte de um processo e não somos mágicos, por isso estamos tentando maximizar nossa oportunidade começando o desenvolvimento para 2011 cedo. Isto nos dará uma vantagem sobre as equipes que estão lutando pelo campeonato" .


Como vimos hoje em nossa sessão memórias de quinta, a vida após um retorno não é fácil, o próprio Niki Lauda demorou 3 anos para vencer o campeonato novamente, claro que a pressão em cima de Schumacher é diferente, dono de todos os recordes da Formula 1, logo se esperava o queixudo mandando ver de cara. Mas existem dois fatores para que isso não tenha ocorrido até agora, primeiro ele não está na forma ideal, 3 anos parados não passam em branco para ninguem e segundo o carro da Mercedes não é nem parecido com o da Brawn como todos nós esperavamos.

Então paciência, logo logo o queixudo está brigando na frente.

Memórias de Quinta

Os pilotos que participaram do GP de Portugal em 1984
 A decisão do campeonato mundial de 1984, a corrida que marcou a volta do GP de Portugal ao circo da Formula 1, deu o tri-campeonato a Niki Lauda, pela menor diferença da história... 0,5 pontos.

Em 84 a Mclaren já iniciava seu domínio nas pistas, o que marcaria a década de 80: Alain Prost e Niki Lauda ganharam 12 corridas em 16 possíveis na temporada, e desde a metade da temporada o conjunto chasis MP4/2B, com motor TAG-Porsche já mostrava que Lotus e Ferrari não iriam ser pario no campeonato de construtores.

Ayrton Senna correndo para seu último podium na Toleman
Nos treinos, o a essa altura bicampeão Nelson Piquet faz a sua nona pole-position do ano, ao volante do seu Brabham-BMW, enquanto que tinha a seu lado Alain Prost, que fazia a sua parte para alcançar o título mundial. Na segunda fila estavam o fenomeno da Formula 1, o brasileiro Ayrton Senna, que tinha levado o seu modesto Toleman-Hart a terceira posição, tendo a seu lado o finlandês Keke Rosberg, numa Williams-Honda. Niki Lauda era apenas 11º, muito distante do seu objetivo do tri-campeonato. A última prova do campeonato tinha como tempero o seguinte cenário: Niki Lauda 66 contra Alain Prost 62,5. Prost só poderia ser campeão se vencesse a prova e Lauda não chegasse na segunda posição. A aposta do francês era essa, mas nem a 11º colocação no grid de Lauda indicava que isso pudesse acontecer, afinal Lauda era o mais regular dos pilotos e embora com menos vitórias que Prost, tinha abandonado muito menos.

Domingo, 21 de Outubro de 1984. Um dia normal de Outono, o autódromo cheio de espectadores sedentos de ver os seus ídolos ao vivo, assistia-se a um Grande Prémio que se desenhava emocionante. Na largada, Prost foi para a frente, seguido de Piquet, Senna, Mansell, Alboreto, Rosberg e De Angelis. Lauda manteve a 11ª posição, mas à medida que a corrida prosseguia, o piloto austríaco subia posições, até que no meio da corrida lá estava ele atrás do Lotus de Nigel Mansell, no terceiro lugar.

Nesta altura, Prost era o virtual campeão mundial, por 1,5 pontos. Bastava que as coisas mantivessem assim, e o Lotus de Mansell resistisse aos ataques de Lauda. entretanto, Ayrton Senna, depois de ter caido para a quinta posição, recuperava posições. Beneficiou do problema de Nelson Piquet que rodou no meio da primeira volta e caiu para as últimas posições, recuperando-se ao final da corrida e cruzando em sexto lugar, quanto a Ayrton, depois dos problemas de Michele Alboreto, ele já andava num seguro quarto lugar.

Contudo, a 18 voltas do fim, e depois de um ameaço, os freios do Lotus de Nigel Mansell cedem e o britânico acaba na caixa de brita. Em consequência, Lauda sobe para o segundo posto, que lhe daria o título mundial por apenas 0,5 pontos. Neste momento, Prost nada podia fazer senão levar o carro ao fim e ganhar a sua 17ª prova da sua carreira, que seria certamente uma das mais amargas.

Lauda tricampeão
No final, uma multidão eufórica comemorava a dobradinha da McLaren, com Niki Lauda a ser coroado campeão do Mundo, aos 35 anos, e três anos depois do seu regresso á Formula 1. Junto com os dois pilotos da Mclaren no pódio ia um jovem Ayrton Senna, que ainda não se sabia, mas estava a começar uma relação de amor com a pista do Estoril.