quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Memórias de Quinta

Os pilotos que participaram do GP de Portugal em 1984
 A decisão do campeonato mundial de 1984, a corrida que marcou a volta do GP de Portugal ao circo da Formula 1, deu o tri-campeonato a Niki Lauda, pela menor diferença da história... 0,5 pontos.

Em 84 a Mclaren já iniciava seu domínio nas pistas, o que marcaria a década de 80: Alain Prost e Niki Lauda ganharam 12 corridas em 16 possíveis na temporada, e desde a metade da temporada o conjunto chasis MP4/2B, com motor TAG-Porsche já mostrava que Lotus e Ferrari não iriam ser pario no campeonato de construtores.

Ayrton Senna correndo para seu último podium na Toleman
Nos treinos, o a essa altura bicampeão Nelson Piquet faz a sua nona pole-position do ano, ao volante do seu Brabham-BMW, enquanto que tinha a seu lado Alain Prost, que fazia a sua parte para alcançar o título mundial. Na segunda fila estavam o fenomeno da Formula 1, o brasileiro Ayrton Senna, que tinha levado o seu modesto Toleman-Hart a terceira posição, tendo a seu lado o finlandês Keke Rosberg, numa Williams-Honda. Niki Lauda era apenas 11º, muito distante do seu objetivo do tri-campeonato. A última prova do campeonato tinha como tempero o seguinte cenário: Niki Lauda 66 contra Alain Prost 62,5. Prost só poderia ser campeão se vencesse a prova e Lauda não chegasse na segunda posição. A aposta do francês era essa, mas nem a 11º colocação no grid de Lauda indicava que isso pudesse acontecer, afinal Lauda era o mais regular dos pilotos e embora com menos vitórias que Prost, tinha abandonado muito menos.

Domingo, 21 de Outubro de 1984. Um dia normal de Outono, o autódromo cheio de espectadores sedentos de ver os seus ídolos ao vivo, assistia-se a um Grande Prémio que se desenhava emocionante. Na largada, Prost foi para a frente, seguido de Piquet, Senna, Mansell, Alboreto, Rosberg e De Angelis. Lauda manteve a 11ª posição, mas à medida que a corrida prosseguia, o piloto austríaco subia posições, até que no meio da corrida lá estava ele atrás do Lotus de Nigel Mansell, no terceiro lugar.

Nesta altura, Prost era o virtual campeão mundial, por 1,5 pontos. Bastava que as coisas mantivessem assim, e o Lotus de Mansell resistisse aos ataques de Lauda. entretanto, Ayrton Senna, depois de ter caido para a quinta posição, recuperava posições. Beneficiou do problema de Nelson Piquet que rodou no meio da primeira volta e caiu para as últimas posições, recuperando-se ao final da corrida e cruzando em sexto lugar, quanto a Ayrton, depois dos problemas de Michele Alboreto, ele já andava num seguro quarto lugar.

Contudo, a 18 voltas do fim, e depois de um ameaço, os freios do Lotus de Nigel Mansell cedem e o britânico acaba na caixa de brita. Em consequência, Lauda sobe para o segundo posto, que lhe daria o título mundial por apenas 0,5 pontos. Neste momento, Prost nada podia fazer senão levar o carro ao fim e ganhar a sua 17ª prova da sua carreira, que seria certamente uma das mais amargas.

Lauda tricampeão
No final, uma multidão eufórica comemorava a dobradinha da McLaren, com Niki Lauda a ser coroado campeão do Mundo, aos 35 anos, e três anos depois do seu regresso á Formula 1. Junto com os dois pilotos da Mclaren no pódio ia um jovem Ayrton Senna, que ainda não se sabia, mas estava a começar uma relação de amor com a pista do Estoril.



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