Em 1991, a Williams-Renault já ameaçava o domínio dos Mclaren-Honda. O ano seguinte viu o começo de uma impressionante série de vitórias da dupla franco-britânica, é com a FW14 que entramos nos anos 90 em nosso especial, carros revolucionários.
O motor do Sucesso
O motor do Sucesso
Quando a Williams parou ao lado da pista, faltando apenas uma reta e uma pequena chicane para o fim do GP do Canada de 1991, Nigel Mansell acabava de perder uma bela oportunidade de atingir seu objetivo. Ayrton Senna, obrigado a abandonar, já não estava na pista havia tempo e o inglês havia se deixado levar pela euforia. E sem dúvida exagerou. Preocupado em saudar a multidão, Mansell deixou o Renault V10 passar de giro e o motor morreu. Olhando o monitor intensamente, Frank Williams se mantinha inexpressivo. Por quase 25 anos, ele vivera situações ainda mais dramáticas, como problemas financeiros que o obrigaram a penhorar os móveis, a perda trágica do amigo Piers Courage ao volante de um de seus carros e até mesmo o estúpido acidente de estrada que o imobilizou em uma cadeira de rodas. Mas Frank Williams continuava ainda mais determinado do que nunca.
Depois da ruptura com a Honda e de mais um ano de vacas magras em 1988, sua equipe reencontrou o rumo rapidamente graças ao moto V10 Renault. A dupla franco-britânica, funcionando em perfeita harmonia, era o melhor exército para enfrentar o invencivel binômio Senna-Mclaren. Mas desde o início surgiram dúvidas quanto à nescessidade de conviver com os erros de Mansell ou de pagar um preço alto pelas inovações. A Williams se mostrava competitiva e mais resistente a cada corrida. Tantos trunfos, conjugados com um excelente chassi e com o potencial do Renault V10, deviam permitir que se atingisse o alvo. Se em 1991 o duelo fora favorável a Ayrton Senna, o trio Mansell-Williams-Renault seria irresistível em 1992. Primeiro caro com suspensão ativa(sem molas) e ainda mais carregado de eletrônica(ABS, controle de tração), a Williams FW14B superaria todos os recordes, 9 vitórias e 14 pole position para Mansell. Com a décima vitória de Patrese, a Williams conseguiria a dobradinha, o título mundial de pilotos e de construtores.
Depois de duas temporadas díficeis na Ferrari, Nigel Mansell reencontrou Frank Williams em 1991. Nessa equipe muito britânica, Mansell recuperou a confiança e a agressividade, conquistando, enfim, o título mundial de 1992.
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Patrese, Mansell e Schumacher, a dupla da Williams dominou a temporada de 1992 com a evolução do FW14. |
A Williams FW14 foi o primeiro F1 a contar com suspensões com controle eletrônico. Alimentado por uma central hidráulica comandada eletronicamente, esse dispositivo faz com que o carro tenha permanentemente um acerto perfeito.
Depoimento de Ricardo Patrese sobre o FW14: "Com a Brabham BT49C, aquela que me permitiu ganhar em Mônaco em 1982, a Williams FW14 de 1991 é o F1 que me deixou as melhores lembranças e as maiores emoções. Era um carro fantástico e muito competitivo, com aerodinâmica perfeita, bom chassi e acima de tudo um motor excelente. O Renault V10 não era apenas potente e suave, eram também muito resistente. No ano seguinte, a versão FW14B tinha suspensão ativa e vários dispositivos eletrônicos. Por isso, apesar da ótima temporada, ela não me traz lembranças tão agradáveis. O volante era pesado demais e, apesar do equilibrio perfeito, era muito cansativapara se dirigir, principalmente por causa das velocidades muito elevadas nas curvas."
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