sexta-feira, 17 de setembro de 2010

ESPECIAL Carros da década #5

Em 1991, a Williams-Renault já ameaçava o domínio dos Mclaren-Honda. O ano seguinte viu o começo de uma impressionante série de vitórias da dupla franco-britânica, é com a FW14 que entramos nos anos 90 em nosso especial, carros revolucionários.

O motor do Sucesso


Quando a Williams parou ao lado da pista, faltando apenas uma reta e uma pequena chicane para o fim do GP do Canada de 1991, Nigel Mansell acabava de perder uma bela oportunidade de atingir seu objetivo. Ayrton Senna, obrigado a abandonar, já não estava na pista havia tempo e o inglês havia se deixado levar pela euforia. E sem dúvida exagerou. Preocupado em saudar a multidão, Mansell deixou o Renault V10 passar de giro e o motor morreu. Olhando o monitor intensamente, Frank Williams se mantinha inexpressivo. Por quase 25 anos, ele vivera situações ainda mais dramáticas, como problemas financeiros que o obrigaram a penhorar os móveis, a perda trágica do amigo Piers Courage ao volante de um de seus carros e até mesmo o estúpido acidente de estrada que o imobilizou em uma cadeira de rodas. Mas Frank Williams continuava ainda mais determinado do que nunca.
Frank Williams e Nigel Mansell
Depois da ruptura com a Honda e de mais um ano de vacas magras em 1988, sua equipe reencontrou o rumo rapidamente graças ao moto V10 Renault. A dupla franco-britânica, funcionando em perfeita harmonia, era o melhor exército para enfrentar o invencivel binômio Senna-Mclaren. Mas desde o início surgiram dúvidas quanto à nescessidade de conviver com os erros de Mansell ou de pagar um preço alto pelas inovações. A Williams se mostrava competitiva e mais resistente a cada corrida. Tantos trunfos, conjugados com um excelente chassi e com o potencial do Renault V10, deviam permitir que se atingisse o alvo. Se em 1991 o duelo fora favorável a Ayrton Senna, o trio Mansell-Williams-Renault seria irresistível em 1992. Primeiro caro com suspensão ativa(sem molas) e ainda mais carregado de eletrônica(ABS, controle de tração), a Williams FW14B superaria todos os recordes, 9 vitórias e 14 pole position para Mansell. Com a décima vitória de Patrese, a Williams conseguiria a dobradinha, o título mundial de pilotos e de construtores.

Mansell campeão, com Senna no podium do GP da Hungria de 1992.
Depois de duas temporadas díficeis na Ferrari, Nigel Mansell reencontrou Frank Williams em 1991. Nessa equipe muito britânica, Mansell recuperou a confiança e a agressividade, conquistando, enfim, o título mundial de 1992.

Patrese, Mansell e Schumacher, a dupla da Williams dominou a temporada de 1992 com a evolução do FW14.
A Williams FW14 foi o primeiro F1 a contar com suspensões com controle eletrônico. Alimentado por uma central hidráulica comandada eletronicamente, esse dispositivo faz com que o carro tenha permanentemente um acerto perfeito.

Patrese e seu querido FW14
Depoimento de Ricardo Patrese sobre o FW14: "Com a Brabham BT49C, aquela que me permitiu ganhar em Mônaco em 1982, a Williams FW14 de 1991 é o F1 que me deixou as melhores lembranças e as maiores emoções. Era um carro fantástico e muito competitivo, com aerodinâmica perfeita, bom chassi e acima de tudo um motor excelente. O Renault V10 não era apenas potente e suave, eram também muito resistente. No ano seguinte, a versão FW14B tinha suspensão ativa e vários dispositivos eletrônicos. Por isso, apesar da ótima temporada, ela não me traz lembranças tão agradáveis. O volante era pesado demais e, apesar do equilibrio perfeito, era muito cansativapara se dirigir, principalmente por causa das velocidades muito elevadas nas curvas."



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