sexta-feira, 10 de setembro de 2010

O destino dos Ascari

Inicio hoje mais uma sessão do Blog Motorhome,  a sessão "perfil" fará com que você conheça um pouco mais a história de grandes pilotos e do automobilismo, para começarmos com o pé direito, teremos hoje dois pilotos nesta sessão, Antonio Ascari e Alberto Ascari, dois grandes nomes do ínicio das corridas e ínicio dea Formula 1, vamos lá!


Alberto Ascari, nascido em 1918 na cidade de Milão na Itália, com apenas dezoito de idade começou a participar de competições de motos, talvez abalado pela morte de seu pai e ídolo, tentou fugir do seu destino nas quatro rodas, mas para entender isso, precisamos conhecer a história de Antonio Ascari, pai de Alberto e campeão do mundo por uma espécie de aclamação, nasceu em 1888 em Moratica di Bonferraro, na Itália. Em 1911 participou de sua primeira corrida, a Criterium di Modena, ao volante de uma Vecchi 16-20HP, com o inicio da I Guerra Mundial todas as competições automobilisticas foram banidas e só após o fim da guerra Antonio disputou uma corrida que mudaria sua vida, completamente desconhecido na prova mais importante de subida de montanha da Italia, Antonio não só venceu os maiores nomes do automobilismo italiano da época como baixou o recorde da corrida entre Parma e Poggio di Berceto. Muito interessados em saber o passado do piloto, os jornais foram atrás de dados sobre o piloto e descobriram que alem daquela já distante prova com o antigo Vecchi, Antonio havia trabalhado apenas como mecânico.

Antonio
A consagração definitiva, entretanto, ainda demoraria. Antonio participou de diversas corridas, mas, por uma série de circunstâncias, obteve apenas uma vitória, se bem que sensacional, o primeiro lugar na Copa de Consuma em 1919, com a mesma Fiat Indianapolis, com que tinha vencido a etapa de Parma-Poggio de Berceto. Nesse mesmo ano sofreu seu primeiro grande acidente, tão sério que  que lhe tiraria das pistas por um ano, quando voou para fora da pista na famosa Targio-Florio. Voltou a correr em 1921 como piloto da equipe Alfa Romeo, ápos ser eliminado de sua primeira corrida, com um uma falha nas válvulas. Em sua segunda corrida no trecho Parma-Poggio de Berceto, Antonio  venceu com seu Alfa Romeo 40-60HP. No ano seguinte a Alfa lhe preparou uma máquina mais competitiva, a RL de seis cilindros, porém, sem os testes necessários, Antonio foi obrigado a recorrer a outro carro da fábrica, um ES Sport 20-30HP. Tratava-se praticamente de um carro de rua, lutando com os incríveis carros de grandes prêmios dos pilotos Foresti, De Masetti, Goux e Giaccone. Entretanto, Antonio realizou com ela uma corrida magnifica em Madonie, perdendo a corrida nas últimas voltas com um pneu furado, mesmo trocando o pneu, Antonio venceu em sua categoria e quarto na classificação geral. Ainda neste ano, venceu em sua categoria em Gargnamo-Tignale com um Fiat 801 e na Targa-Florio com uma Alfa Romeo 40-60HP.

Equipe Alfa Romeo de 1921
Finalmente, depois de muito desenvolvimento a RL de seis clindros estava pronta, carro que a Alfa Romeo apostas todas as suas fichas, Antonio pilotou 1 dos 4 carros da equipe e já em Targa Florio chegou vencedor até 100m da bandeira quando o motor quebrou, um mecânico com incrível rapidez detectou o problema: substituiu o magneto por um novo, ficando sentado no capô para segura-lo apenas alguns segundos para Antonio engatar a marcha e ultrapassar a linha de chegada, mas já era tarde, ganhou seu companheiro de equipe Ugo Sivocci.

Ugo Sivocci
No ano seguinte em Targa Florio, Antonio enfrenta um adversário muito forte, o alemão Werner, com um Mercedes, novamente a sorte não sorriu para Antonio, na ultima curva quando novamente liderava, rodou na pista e chegou em terceiro empurrando o carro. Na corrida seguinte, a Parma-Poggio di Berceto, Antonio venceu e manteve sua invencibilidade no circuito. Também em 1924, ficou pronta a célebre Alfa Romeo P-2, criada por Vittorio Jano. Esse carro estreou em Crenoma, com Antonio ao volante e Bazzi ao seu lado. Mas o destino novamente falhou com Antonio, a três voltas da chegada rompeu-se o avanço automático do magneto, obrigando Antonio abandonar. Enfim, venceu no circuito de Cremona, onde a sorte não lhe sorriu na primeira corrida e em Monza no GP da Itália, neste quebrando quatro recordes mundiais de nas distancias de 400,600,700 e 800km, além de estabelecer uma média de 158,896kmh, superior a obtida em Indianapolis.

Antonio Ascari sendo recebido por Enzo Ferrari após vencer o GP da Itália de 1924 em Monza
Antonio nos boxes da Alfa em Spa 1925


Acidente Fatal de Antonio Ascari
No ano de 1925, estava em Spa para o Grande Prêmio da Europa e era considerado o melhor piloto do momento, considerações confirmadas na pista,  com vitória e uma performance esmagadora. Nesse ponto, Antonio com 37 anos, está no auge de sua carreira. Mas o fim se aproximava. No dia 26 de Julho, disputava-se o Grande Prêmio da França, no circuito de Montlhéry. Eram 1.000km corridos entre duas absurdas linhas de madeira em volta da pista para delimitar sua largura. Na 23 volta, em uma grande curva com o raio de 500m, onde por 22 vezes Antonio tinha passado a cerca de 180kmh, a Alfa tocou a linha de madeira e capotou, arrastando entre as ferragens o piloto italiano.


Órfão aos sete anos de idade, Alberto procurou nas motos um lugar para desenvolver todo o desejo de velocidade que tinha obtido pelas referencias do pai, logo aos dezoito anos, Alberto competiu pela primeira vez com motos sem obter resultados relevantes, mas já mostrava ali a garra de um futuro campeão. As vésperas da segunda guerra mundial, Alberto experimentou pela primeira vez as competições em carros, foi o suficiente para abandonar definitivamente as motos. Sua primeira corrida de importância foi a Mille Miglia de 1940, lá Alberto pilotou a Ferrari 815, construída a partir de um conjunto de peças Fiat. Mostrou boas qualidades como pilotou, mas forçou tanto o carro que acabou explodindo o motor, a segunda Ferrari sofreu do mesmo problema e a vitória acabou com os velozes BMW. Alberto passou pouco depois para a Maserati, com esse carro, correu em Tripoli e na Targa Florio, com um nono lugar e um abandono.


Alberto em 1949


Com o envolvimento de toda a Europa na segunda guerra, novamente as competições foram banidas e Alberto só voltaria as pistas em 1947, fez dupla com Villoresi no circuito de El Gezira, na cidade do Cairo, mas não conseguiu destaque, na corrida seguinte em Nice conseguiu um quarto lugar. Melhorando cada vez mais sua técnica, correu ombro a ombro com Tazio Nuvolari, num circuito de estradas em Milão, mas chegou em quinto lugar, atrás de 4 Alfa Romeo.


Alberto só voltaria a vencer em Setembro de 1947, no circuito de Módena, porem, na pior circunstancia possível, Alberto viu o piloto Bracco saindo da pista e atropelando várias pessoas, a corrida assim foi suspensa e a vitória foi dada a Alberto que passou a liderar a corrida. Continuo a correr com a Maserati durante todo o ano de 1948 e inicio de 1949, vencendo três vez, nos GP's de San Remo e Copa Acerbo em 48 e GP Perón em 49.


Circuito da Gávea no Rio de Janeiro


No circuito da Gávea, no Rio de Janeiro, aconteceu um fato que mudou o destino de Alberto, depois de um acidente na pista carioca em que não se machucou com gravidade, apenas escoriações nos pés e irritação nos olhos provocado pela gasolina, durante seu recuperação recebeu apoio de Enzo Ferrari, com quem assinou o contrato para pilotar em sua equipe.


Já em sua estreia pela Ferrari ainda em 49, Ascari venceu o GP de Bari e o GP de Reims de Formula 2, foi preciso esperar até o GP da Suiça para vencer na categoria máxima, a Formula 1, que ainda não organizava um campeonato oficial, a essa altura, Alberto já demonstrava um estilo arrebatador, arrancar no inicio com violência, para reduzir os problemas com ultrapassagens, e foi assim no circuito suíço de Brengarten, pilotando uma Ferrari 1 300cc, com compressor, ele venceu com facilidade, apesar de um traçado traiçoeiro e fatal para alguns piloto com Varzi e Tenni. Ainda no mesmo ano ganhou o Troféu Internacional e o GP da Itália em Monza.


Alberto em monaco 1950
 No inicio de 1950 competiu na temporada argentina, onde venceu o GP de Mar del Plata e o GP Perón, na categoria Fórmula Livre. Na Formula 2, obteve cinco brilhantes vitórias nos GP's de Módena, Mons, Reims, Alemanha e circuito de Garda, além da vitória na Formula 1 no GP de Peña Rhin. Conseguiu ainda a vitória no GP de Luxemburgo e no Troféu Internacional, todos com Ferrari. O ano de 1950 marcou também o primeiro campeonato mundial de Formula 1, vencido por Giuseppe Farina.




Em 1951 Alberto que venceu na Formula 1 1951 os GP's de San Remo, da Alemana e da Itália e chegou ao último GP do ano na Espanha decidindo o titulo da temporada com Juan Manuel Fangio, apesar da ótima temporada, Alberto não passou de um sexto lugar na última corrida permitindo que Fangio conquistasse o primeiro de seus cinco títulos. Além de sua participação na Formula 1 Alberto venceu o Rally de Sestriere com uma Lancia Aurelia e os GP's do Autodromo de Monza, Nápoles e Módena com a Ferrari Formula 2.


Contornando a Eua Rouge em 1952


Com a saída da Alfa Romeo na Formula 1, a Maserati voltou a competir com Fangio pilotando seu primeiro carro, teria sido uma temporada muito disputada entre Alberto e Fangio, porem um acidente em junho de 1952 tirou Fangio de toda aquela temporada, sendo assim Alberto sobrou, sõ não venceu o GP da Suiça que foi vencido por Taruffi, porque Alberto disputava as 500 milhas de Indianapolis no mesmo dia, sendo assim atingiu seu primeiro titulo mundial de F1.


O ano de 1953 lhe trouxe ainda o bicampeonato mundial, em um disputa sensacional com Fangio que retornou em grande forma ao volante de uma Maserati, Alberto venceu os GP's da Argentina, Pau, Bordeaux, Holanda, Bélgica, Grã-Bretanha e Suiça, ganhou, ainda nesse meio tempo, os 1000km de Nurburgring, com uma Ferrari esporte.




Alinhado com Fangio em 1954


Ferrari Esporte depois do acidente
Após a temporada de 1953, Alberto transferiu-se para a Lancia, com um projeto promissor do engenheiro Vittorio Jano, o mesmo que criara o P2 de seu pai. Entretanto os acertos finais do carro foram demorados e Alberto só participou da parte final do campeonato mundial de Formula 1 em 1954, no GP da Espanha, onde o carro se mostrou muito veloz, mas ainda sofria com a confiabilidade.


Em 1955 a Lancia estava pronta para brigar pelo titulo e já na primeira corrida na Argentina, Alberto liderou toda a corrida mas foi obrigado a abandonar perto do fim, nos GP's seguintes venceu os GP's de Nápoles e de Valentino, em Pau chegou em quinto lugar devido a problemas nos freios. No dia 26 de maio, foi a Monza convidado pelo seu amigo Castelloti, que estava testando uma Ferrari para a próxima Mille Miglia, Alberto pediu então para experimentar o carro, aos 37 anos de idade, bicampeão mundial e com todo sucesso pela frente, Alberto não completou a terceira volta, sofreu um acidente fatal na curva que hoje em dia leva seu nome.

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