A Formula 1 completou em 2010, 60 anos de história. De 1950 até os dias de hoje, toda a tecnologia desenvolvida nos carros de competição acabaram fazendo diferença em nossas vidas, tornando a rotina de ir do ponto A ao ponto B, uma tarefa mais simples e confortável. Porém desde a década de 50, houveram revoluções significativas e que acabaram tornando-se referências dentro da categoria.
Com esse tema apresento o primeiro especial do Blog Motorhome, de hoje até sábado, iremos conhecer um pouco mais sobre esses carros, década a década, vamos conhecer um pouco mais sobre máquinas que trouxeram mais aperfeiçoamento seja ele mêcanico, aerodinamico ou com algum item em especial que acabaram por se tornar referência para as outras equipes e carros, claro que não haverá unamidade, como não há em nem uma lista particular, então fiquem a vontade para discordarem, começamos hoje com a década de 50 e o íncrivel Mercedes W196.
A pista das estrelas
A pista das estrelas
Evento esportivo extremamente popular, o Grande Prêmio da França de 1954 foi disputado naquele ano com ingressos pagos e sob sol quente de Julho. Mas mesmo assim e com poucas possibilidades de uma vitória francesa, a multidão lotou Reims. A Mercedes estava de volta, isso era suficiente. As fantásticas cavalgadas das super potentes Flechas de Prata do pós-guerra ainda estão gravadas na memória dos mais velhos, mas os mais jovens puderam ver a dobradinha das soberbas 300SL com portas de asa borboleta nas 24 horas de Le Mans de 1952. Alinhadas na frente dos boxes, as três novas W196, com suas carrocerias prateadas e afiladas, pareciam vir de outro planeta.
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Os carros de outro planeta |
A Mercedes não economizou nas soluções caras e sofisticadas, carroceria aerodinâmica desenvolvida em túnel de vento, motor de 8 cilindros em linha com injeção direta e 290 cavalos, cabeçote com comando de válvulas desmodrômico(sem molas de válvulas), câmbio de 5 marchas, suspensão independente nas quatro rodas e freios "in-board". Além disso, a Mercedes contava com Fangio no auge de sua arte e tinha uma organização perfeita, imposta com mão de ferro por Alfred Neubauer. A primeira exibição em Reims foi uma vitória dupla, mas uma das três W196 quebrou e foi como uma ducha de água fria. As Flechas de Prata não eram invencíveis. Por isso Fangio, incomodado pela carroceria envolvente, correu com cuidado em Silverstone. Uma nova carroceria com as rodas descobertas foi produzida em apenas 15 dias e no ano seguinte se iniciou a série triunfal de Fangio e seu novo companheiro de equipe Stirling Moss, apesar da revolucionária Lancia D50. Mas a apoteose foi abafada pela catástrofe de Le Mans, onde o Mercedes de Levegh explodiu depois de voar no meio da multidão. Submetida a acusações e sem poder reagir, a Mercedes se retirou no fim de 55 com um cartel impressionante de 9 vitórias em 12 GP's, 8 poles e 9 voltas mais rápidas.
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A versão da W196 sem as rodas cobertas. |
Em Aintree a terceira dobradinha consecutiva da Mercedes em 1955, mas dessa vez em ordem invertida, Moss chegou a 2 décimos de segundo a frente de Fangio. Uma dominação que se completou com o terceiro lugar de Kling e o quarto de Taruffi, que também estavam ao volante das W196.
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Chegada do GP da Inglaterra de 1955 |
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Podium do GP da Inglaterra |
Moss, cumprimentado por Fangio do pódio de Aintree, se tornou o primeiro inglês a vencer o Grande Prêmio de seu país. Feliz mas lúcido, o aluno sabia que, apesar da derrota, o professor ainda não estava derrotado.
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Fangio em Reims, primeira vitória da Mercedes já na sua corrida de estreia |
Mais sofisticada que inovadora, a W196 tinha chassi tubular, suspensões independentes nas quatro rodas e freios flutuantes. A inclinação do motor 8 cilindros em linha com injeção direta permitiu abaixar o centro de gravidade, "Mas o capô longo prejudicava a visão" com diria Moss em sua descriçao sobre o carro.
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Equipe Mercedes em 1955, com Fangio e Moss |
Depoimento de Stirling Moss sobre a W196: "Depois de minha primeira sessão de treino ao volante da W196, eu estava muito impressionado com o motor, a injeção,e com uma oportunidade de correr com essa Mercedes na mesma equipe de Fangio, mas não estava impressionado com o carro. Com Fangio como número um, eu tinha certeza de que me beneficiaria coma enorme experiência dele. a W196 era o topo da tecnologia moderna, mas nem por isso era fácil de dirigir, era pesada e a visibilidade medíocre. Ela exigia muita concentração o tempo todo. A potência nas altas rotações era terrível, mas felizmente o motor era muito suave. Esse carro enorme e potente, muito resistente e também muito rápido, impunha respeito, mas eu ainda gosto mais da minha Maserati 250F".
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