Continuamos hoje nossa série sobre carros revolucionários, abrindo caminho para a decada de 60 e um carro duplamente campeão do mundo, o pequeno Cooper T51, com motor traseiro que iniciaram uma nova era na Formula 1. Se a Auto Union havia trazido para os Grandes Prêmios essa arquitetura desde 1937, a Cooper a tornou universal.
Um carro com tudo atrás
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Brabham empurrando seu carro em Sebring 1959 |
Minusculo na imensa reta final de Sebring, um homem de macacão azul empurra um pequeno monospoto verde. Ele avança lentamente, concentrado em sua tarefa e esgotado pelo esforço. Finalmente, ele cruza a linha sob uma formidavel ovação. Tonto, Jack Brabham ainda não sabia que era campeão do mundial de 1959. Era o triunfo da obstinação desse australiano pouco enrugado e de John Cooper, um construtor fora do normal. A falta de meios tinha influenciado aquele engenheiro. Ele criara um estilo, uma nova escola. Iniciando com a construção dos Racers 500 com motor traseiro em 1946, que reveleram pilotos como Stirling Moss e Peter Collins. Os Copper, pai e filho, eram modestos "montadores de peças" em uma pequena oficina de Surbiton. Por intuição, Genialidade ou apenas bom senso, eles decidiram adaptar essa solução técnica a um Formula 2,. Desde 1956, os pequenos monopostos obtiveram numerosos sucessos e, no ano seguinte, Jack Brabham surpreendeu a todos ao se manter por um longo tempo no terceiro lugar do Grande Prêmio de Mônaco com seu pequeno carro de 1500cm3.
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Moss em 1958 no GP da Holanda |
Apesar da pouca potência do Climax, eles sabiam explorar admiravelmente a íncrivel maneabilidade dos Cooper. Mas no ano seguinte, quando Moss venceu com uma média de 200kmh em Monza, não restaram mais dúvidas nem desculpas falsas. Ainda muito leves e impulsionados por um Climax de 2,5 litro com 240 cavalos, os Cooper viraram verdadeiras "feras de corrida". Com mais de 50 cavalos, mas também com mais de 100kg, os melhores carros com motor dianteiro não conseguiam superar a desvantagem, estavam totalmente superados. Brabham, campeão de 1959, foi irresistível no ano seguinte, conquistando cinco vitórias seguidas e um novo campeonato, à frente de seu companheiro Bruce Mclaren.
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Brabham no GP de Mônaco de 1959 |
Mônaco 1959, a Ferrari de Behra e o Cooper de Moss pulam na frente na largada, enquanto Brabham supera duas Ferrari de Brooks e P. Hill e a Cooper de Mclaren. 100 voltas depois, o australiano dará à equipe oficial da Cooper sua primeira vitória em um GP.
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Largada do GP de Mônaco em 1959 |
Zandvoort 1959, o fim de uma era. Stiling Moss ao volante de seu minúsculo Cooper não hesita para pressionar a grande e potente Ferrari 246 de Behra. Obrigado a abandonar, a Moss só restou o consolo de ter registrado a volta mais rápida.
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Zandvoort 1959 |
Evolução direta do T51, o novo Cooper T53 de 1960 se distingue por sua carroceria mais fina e melhor perfil. Vitorioso em Zandvoort, Brabham colecionaria triunfos.
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Brabham na Hollanda em 1960 |
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Jack Brabham e Cooper, uma aliança de sucesso. |
Depoimento de Jack Brabham sobre a T51: "
As qualidades do pequeno Cooper não eram poucas. Ele tinha linhas bem mais aerodinâmicas que os outros monopostos, o que o tornava muito rápido nas retas. Além disso, o pequeno Cooper era muito superior nas curvas, em razão de sua leveza. Era um carro que eu adorava. O único problema que tínhamos com o Cooper era a ventilação claramente insuficiente do cockpit. Rapidamente, o calor se tornava muito intenso e deixava os pedais tão quentes que eu mal podia manter o pé sobre o acelerador. Mesmo assim, como se tratava de um carro de Grande Prêmio moderno, naturalmente nem todos os sistemas podiam funcionar com toda a perfeição que se poderia desejar...".
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